quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O Tempo

Esperando o tempo
O tempo do vento
O vento que canta
O canto que encanta
O encanto que ilude
A ilusão de fere
A ferida que dói
A dor que magoa
A mágoa que faz chorar
O choro que instristesse
A triteza que padece
E parece não ter fim.
Mas quando o fim surge,
Trazendo um novo começo
Se espera de novo
Que o tempo resurja
E traga de novo o desejo
que foi esquecido no tempo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Concurso da Academia de letras, ciência e cultura de Gpuava, eu participo!

Galera, to postando duas poesias minhas que estão participando do concurso da Academia de Letras de Guarapuava. Espero que gostem!!


terça-feira, 6 de outubro de 2009

Nosso filme


Essa é outra poesia concorrendo no conscuro :)


sábado, 5 de setembro de 2009

Eu gosto tanto dele... que nem sei como explicar...

=/

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Haicai

Amor é um cata vento no tempo,
Se ama um a cada momento.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Decisão

Refleti sobre o que você vem me falar
E quer saber? Tenho a mesma opinião!
Não vai dar mais pra gente continuar,
Vai ser melhor deixar as coisas como estão.

Se assume, descida o que vai querer
Com essa indecisão não dá pra conviver.
Até aceito esse seu jeito temperamental
Mas essa sua insegurança é fora do normal.

Não tem mais jeito, nem dá pra tentar,
A gente não vai se acertar.
Um coração depois que quebra
Não dá pra colar.

Eu não quero errar de novo
Fui capaz de tudo por você
E você pôs tudo a perder...

Vai ser melhor parar
E eu vou te dizer porquê:
Quanto mais me arrisco a te amar,
Mais estou me arriscando a sofrer.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Bem, quando aceitei (muito contra gosto) que nós nunca passariamos do estágio da amizade, eu lembrei de uma vez você me disse que gostava de mim, gostava de um jeito assim... que você não sabia me explicar...
Eu leio nas entrelinhas, sei interpretar meias palavras... sei muito bem o que você quis dizer com isso... que gostava de mim, me adorava... como amiga. Só isso.
Lógico que isso me abala, me corroe até a alma, me intristesse deveras, mas eu ainda tenho perseverança de virar esse jogo, quero me ver por cima, dando as cartas e decidindo as jogadas. Quero fazer você sofrer, penar da mesma forma que eu, e não quero fazer isso por vingança não, será tão somente para você ver como eu sofri para conseguir o que eu queria.
Eu jamais desejarei o mal à você, apenas justiça e nada mais, até porque eu sempre te quis bem, sempre torci por você e em todas as situações da vida eu te amei.

Vanessa 14/04/2009 ♥

sábado, 4 de abril de 2009

O Livro

O turno da manhã é o pior turno para estudar, na minha opinião. Não gosto de acordar cedo, nunca gostei. Na aula, quando me sinto muito cansada, saio da sala e desço até o primeiro andar, onde tem uma livraria. Normalmente ela está fechada no período da manhã, mas eu fico lá por alguns minutos observando os livros que estão expostos na vitrine improvisada. Nunca tem muita coisa interessante, sempre os mesmos títulos, alguns juntando poeira nas beiradas, outros ainda intactos pela plastificação que não só impede de empoeirar o livro como também de lê-lo sem comprá-lo. Concentro-me sempre nos títulos estrangeiros, nos de suspense em principal. Alguns estão lá há vários meses, talvez há anos, quem sabe, mas a grande maioria estava lá, dispostos na vitrine, intactos desde o início das aulas. Não sei dizer se não eram comprados devido ao pouco interesse da população em relação à leitura ou (o que era mais provável) devido ao preço abusivo de cada título.
Esses tempos atrás, num final de tarde, fui até a livraria procurando um livro para presentear um amigo que estaria aniversariando em breve. A moça do balcão lia uma revista quando cheguei, não se preocupou em me atender, eu tive que procura-la no balcão.
– Você tem o Caçador de Pipas? – Perguntei de maneira muito simpática.
– Trinta e nove e noventa – me respondeu sem desviar os olhos da revista.
Bem, em nenhum momento eu tinha perguntando o livro, fui lá para comprá-lo, só queria me certificar se a livraria tinha mesmo o livro que eu procurava.
Levantando os olhos a mim, com a maior má-vontade, a balconista me perguntou:
–Você quer que eu pegue?
– Não, obrigada. – respondi – Só queria saber se você tinha.
E sai de lá querendo que existisse um 0 800 da livraria para eu reclamar do mau atendimento.
Pois bem, uma semana depois encontrei o mesmo livro num supermercado, por incríveis R$14,90. Comprei-o imediatamente e sai de lá agradecendo no meu íntimo o mal atendimento da balconista da livraria, que me proporcionou uma economia de preciosos R$25,10.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Uma definição bem óbvia do que é “tristeza”

Dizem que Tristeza é um sentimento, mas na verdade não é, Tristeza é uma espécie de doença. Sim, doença. Uma doença com sintomas severos e sem nenhum tipo de vacina preventiva, sendo assim, qualquer pessoa pode passar por isso. A Tristeza é um vírus que se instala no coração e quando mais cedo fizer o seu diagnóstico, mais fácil é se curar.
Quando mais tempo a Tristeza se alojar no corpo, mas difícil será a sua cura. Os sintomas variam muito de pessoa para pessoa, mas a maioria dos infectados afirmam que sentem o corpo dolorido, os olhos lacrimejando, o estômago enjoado, cansaço, indisposição, vontade de ficar deitado por um dia inteiro, dois dias ou mais...
O melhor remédio para curar Tristeza é o Amor, muitas cápsulas de Amor curam quase que imediatamente a Tristeza. Porém, deve-se tomar cuidado em saber se esse Amor é verdadeiro. Se esse Amor for falso ou débil causará efeito contrário no paciente e piorará ainda mais o seu estado. Existem pessoas que adquiriram Tristeza por receberem doses de amor falsificado. Esses são os pacientes mais prejudicados, porque uma vez intoxicados por Amor falso, dificilmente vão querer receber Amor verdadeiro, imaginando que esse será falso também.
Amor na alma faz o mesmo efeito da água no organismo. É quase impossível viver sem amor. Uma pessoa sem amor é como um dia sem sol: tudo é frio, sombrio, triste... Uma pessoa sem amor é uma pessoa apática, deprimida, sem graça... como eu... ='(

quarta-feira, 18 de março de 2009

=(

Sinto que uma batalha se trava dentro de mim. O sentimento da Razão e da Emoção degladiando-se dentro do meu peito. O que deverei escolher?
Agir pela sensatez?
Ou seguiu meu coração?
Não sei qual dessas suas opções seria melhor encarar:
- Sorrir por saber que nós somos amigos;
- Ou chorar, sabendo que nunca iremos ser nada além disso.

É difícil pra você entender que eu te amo?
Porque para mim é dificílimo compreender porque você não gosta de mim...

terça-feira, 10 de março de 2009

Para sempre em minha lembrança

Achei uma foto dele no meu caderno. Uma foto em preto e branco, fora de esquadro, pouco iluminada, tirada por ele mesmo, pude perceber isso pela posição dos braços na fotografia. Exibia ele deitado num sofá, focalizando o rosto e uma grande parte do tórax. Usava uma camisa preta, ou outra cor mais escura, não pude ter certeza, já que a foto era numa escala de cinzas. Tinha uma expressão séria, os olhos apertados tentando se proteger do sol ou qualquer outra fonte de luz artificial. Os olhos eram azuis, eu sabia que eram, embora a foto mostrasse um tom de cinza prateado, eu sabia que seus olhos eram azuis.
Ele já tinha me olhado antes, e me olhava agora na foto. Aquele olhar me perfurando a alma, como se tivesse ali, me fitando em carne e osso. Maravilhosamente lindo, jogado naquele sofá...
Meu corpo estremeceu de saudades e uma vontade louca de revê-lo percorreu minha alma, senti um impulso de ligar para ele, perguntar como tinha passado e convida-lo para sair. Olhei pela janela da sala e vi que chovia, uma sensação gostosa me invadiu imaginando como seria bom te-lo como companhia para um filme, naquela hora. Sabia que se eu propusesse isso ele iria adorar a idéia, nós éramos duas crianças adultas que tinha um gosto parecido sobre vários aspectos, e considerar clima chuvoso propício para namorar seria um deles.
Mas mesmo ele adorando a idéia sabia que não viria, sabia que ele inventaria uma desculpa qualquer e não viria me ver, e no fundo, eu também achava melhor assim. Não queria alimentar esperanças e obriga-lo a me magoar outra vez.

quinta-feira, 5 de março de 2009

A mal – dita professora

Nos meus tempos de colégio tinha uma professora que era o terror dos alunos. Todo mundo falava mal dela. Quando anunciaram que ela iria lecionar para a nossa turma, todo mundo ficou apreensivo, temendo comprovar os boatos que corriam sobre o temperamento pouco tolerante da professora.
Nossa primeira aula com ela fora marcara numa quinta-feira, a segunda quinta-feira do ano letivo. Os alunos foram chegando, um a um, e sentando pouco acomodado em suas carteiras. Já tinha se passado quase meia hora do horário habitual em que se começava as aulas, e nem sinal da professora. Esporadicamente alguém levantava e sondava por uma fresta na porta, mas ela não aparecia. Todos os alunos com o estômago revirando, uns por medo, outros por ansiedade, todos suando discretamente, até que uma hora depois, a professora chega na porta. Um silencio descomunal tomou conta da turma a medida que ela adentrava a sala de aula. Fisicamente, ela parecia uma bruxa. Usava uma saia com motivos indianos em tons discretos e uma regata preta. O rosto era adornado por um óculos de design moderno e quase nenhum vestígio de maquiagem. Tinha os cabelos cortados na altura do ombro, os fios muito pretos estranhamente mesclados com mechas loiro prata. Calçava um par de sandálias marrons, o modelo do calçado era muito feio, porém combinava com os tons da saia.
Mirou-nos por uns breves minutos. Sustentava no rosto um sorriso forçado, que sumia repentinamente e reaparecia em alguns milésimos de segundos. Ela andou pela sala e eu pude sentir o coração de alguns alunos pulsarem com mais força. Caminhou em minha direção, parou bem próximo da minha carteira e me olhou de cima, percebi que ela tinha olhos claros, mas nem os olhos azul-acinzentados faziam ela parecer mais bonita. Voltou a andar pela sala, se dirigiu até a sua mesa, que ficava disposta no meio da sala e começou a aula.
Por mais incrível que pareça, ela se mostrou ser uma pessoa alegre e divertida, totalmente o contrário dos boatos que eu tinha ouvido pelos corredores na semana anterior.
A aula acabou incrivelmente rápido e todos os alunos saíram com cara de satisfação. Até ouvi um dos alunos comentar com o colega ao lado, enquanto saiam para fora das dependências do colégio: Que professora legal, não?
Portanto nunca se deve acreditar cegamente num boato, eles podem mal dizer o perfil de alguém que não é tão mal assim...

terça-feira, 3 de março de 2009

E.U.A – Uma super (im)potência

Esse é um dos textos criados na aula de Redação Publicitária. Os que ficarem mais legais eu vou postar aqui. Para esse texto,o professor Fernando pediu que fosse usada as palavras: Estados Unidos, NASA, Foguete, Viagem, Barack Obama e Casa Branca. Acabou dando nisso aí que vocês vêem aí em baixo.

Os Estados Unidos é uma coisa incrivelmente engraçada, parece que tudo gira em torno daquele país. Se a NASA contrata um faxineiro novo, sai no jornal. Os E.U.A constroem um foguete e ta lá na internet a cobertura completa com fotos e reportagem. Se um brasileiro faz uma viagem para os Estados Unidos, conta esse feito até o fim da vida.
O que os Estados Unidos tem de tão importante, afinal?
O país não faz nada além de guerrear, poluir e se multiplicar financeiramente. Sem falar que todo americano é insuportavelmente presunçoso. Já deu uma olhada nas fotos de Neil Armstrong depois que voltou da viagem a lua? E aquele Barack Obama então? Achou que ganhou o mundo quando ganhou a presidência e a Casa Branca...

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Ao meu garoto

Não dava pra ser mais simplesinho não?
Aceitar que tudo acontece conforme você decidir?
Que quando uma coisa antiga termina é
Pra dar espaço para as novas começarem?
E até quando eu vou ter que te ver
Quebrar a cara com tantas garotas erradas
Até você descobrir que eu sou a pessoa certa?
Que eu sou a melhor coisa para nós dois?
Que às vezes a vida é boa, às vezes não é.
E que eu sempre estarei ao seu lado,
Para te amparar nas horas
Que não forem tão boas assim.
Para te levantar, caso você caia,
Para te ouvir quando você precise,
E fazer mais um milhão de coisas
Para que no final
Eu receba um sorriso seu
Como forma de agradecimento,
E me sentir a pessoa mais maravilhosa do mundo
Devido a esse sorriso.
É indiferente eu falar que te amo,
Isso não nos levaria a nada mesmo...
E depois de tantas turbulências,
Palavras vãs e mágoas profundas,
Eu ainda estou aqui, te esperando,
Engolindo meu orgulho e esperando a tua vontade.
Porque, pra mim,
A busca da felicidade
É muito mais importante
Que ficar lembrando daquele dia que não deu certo...

By Vane ;D

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Amor...

Ela chorava um amor não correspondido, ela chorava por não ser amada, ela chorava por amar o namorado da melhor amiga...
Quando visitava a amiga, em uma grande parte das vezes ela encontrava o garoto lá, sentado no sofá desbotado de sol, com as pernas largadas, o corpo meio torto, jogado ao lado, seus olhos turquesa refletindo a imagem da pequena TV. Ela evitava olhar-lo ao chegar, mas ele fazia questão de cumprimenta-la, olhando nos olhos. Ele sabia que ela o amava, e parece que sentia prazer ao vê-la ali, sofrendo. Então, dando um grande suspiro, como se quisesse inalar um pouco de coragem ela respondia seu cumprimento, com um breve “oi” solto bem firme para controlar o tom de lamento.
Em uma das vezes, ela entrou no quarto da amiga. Mirou o quadro de fotos onde as imagens retratavam o amor do casal. Tão felizes, tão sorridentes... se abraçando, se beijando... Uma das fotos estava quase caindo, atrás tinha alguma coisa escrita... ela pode ler o final da inscrição: “Te amo muito, minha princesa”.
Princesa... como ela sonhou que alguém, algum dia a chamasse assim...
Então ela foi embora, caminhou até sua casa com passadas largas, quase corridas, sentindo nauseante o coração bater nas costelas, e o choro doendo na garganta lutando para escapar pelos olhos.
Chegou em casa, seguiu correndo até o quarto, se jogou na cama e chorou, chorou o mais alto que pode, quase gritando, tentando eliminar pela boca aquela fúria que o ciúme lhe causara. Chorou até a cabaça doer, sentou na cama e sentiu uma leve tontura. Seu coração pulsava forte, condoído pelo próprio sofrimento. Então lembrou da explicação que teve no colégio sobre o coração... “o músculo mais potente do corpo humano”, o professor lhe explicara. “É o motor do ser humano, se parar, o resto do corpo também parará”. Então, ela colocou as mãos sobre o peito, e torceu para que as batidas diminuíssem, desacelerassem, se ausentassem por um momento, e então, parece de bater.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

J.K. – O engenhoso encritor.

Esses dias eu estava dando uma olhada no blog de um amigo meu, o Zé, pseudônimo “Jossan Karsten”, ele é escritor também... escreve sobre fatos reais, como eu. Escreve sobre coisas que acontecem do jeito que acontecem ou do jeito que ele imagina que acontecem.
Bem, nosso personagem de hoje, o Zé, ou melhor, o Jossan, é um cara interessantíssimo, onde podemos fazer uma análise ainda mais interessante em cima da pessoa dele. Ele é do tipo inteligente, criativo, pervertido, taradão. Escreve pornografias, luxurismo, pervertilidades... Tem uma mente criativa um tanto libidinosa para um acadêmico em Comunicação Social. Pessoas que estudam Comunicação normalmente são falantes, alegres, mas não taradas.
Lendo o blog do Jossan, fiquei imaginando de onde ele tirava tantas idéias para registrar mais tarde ali, a vista de todos que quisessem e tivessem vontade de ler, e souberem o que ele estava sentindo naquele momento. “Sou um admirador da beleza feminina” ele se justificava em um dos contos. Usava palavras fortes, convincentes “Teve uma época em que só pensava em sexo” era o que ele falava no conto mais recente que postara.
Comecei a passear por outros blogs que estavam disponíveis na internet. Alguns muito bons, falando sobre profissões, política, outros com contos ou crônicas e uma grande maioria cheia de tons magenta com fotos de gente famosa. Esse último tipo era quase insuportável a leitura, tanto pelo excesso de cor-de-rosa e estrelinhas quanto pelos imperdoáveis erros de grafia na legenda das fotos: “Zentii, eli é lindu!” ou “Amodoru vuxeis”.
Alguns blogs funcionavam como uma espécie de diário virtual. É muito curioso a mim saber porque as pessoas insistem em dividir seu dia-a-dia com os outros. A quem interessará se a Aninha foi passear no clube hoje? E quem se importa se a Gabi foi dormir na casa da Izinha? Pois esse tipo de registro estava ali, todas as informações escancaradas para quem quiser ler e saber um pouco mais da vida desses anônimos.
Nesse caso, nos mostra que existem duas opções: ou você tem um blog pessoal, ou você tem privacidade. Não tem como você conciliar as duas coisas...
E analisando agora os contos depravados do meu amigo Jossan eu me pergunto? Será que ele fantasia tudo isso? Ou será que o blog dele é como o das meninas cor-de-rosa onde ele retrata viver uma história dessas a cada dia? Será que o blog onde ele posta os contos de trabalho não seria nada menos que um diário mascarado?
Resolvi lhe mandar um e-mail perguntando, não queria expor minhas duvida ali no seu blog, no espaço destinado a comentários, um e-mail seria algo mais privativo. Abri a minha caixa de e-mails, comecei a escrever então cancelei a mensagem, pensando melhor, não iria adiantar, talvez ele não me relevasse a verdade sobre seus escritos... O melhor era eu acreditar no que eu achasse que era verdadeiro...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Photograpics

Passei o carnaval todo em casa... Não fiquei nenhum pouco deprimida por isso, pois na terça feira eu tinha marcado encontro com um cara espetacular. Sabe aqueles caras bonitões de olhos claros e músculos milimetricamente perfeitos? Então, um desses...
Mas a terça feira chegou trazendo uma chuva do cão, passei o dia todo sentindo reviravoltas no estômago devido o excesso de ansiedade aguardando a tão esperada noite, e contando os milésimos de segundos até chegar a hora combinada de eu ligar para ele.
Não consegui esperar, liguei antes, beem antes... mas ele não atendeu. Consolei a mim mesma lembrando que ele tinha acabado de chegar de um acampamento e deveria estar dormindo, afinal de contas, eram 4 horas da tarde. Esperei até mais tarde e então liguei novamente, o celular dele chamou uma, duas, dez vezes e nada! O filho da mãe não em atendeu! Então aí eu me permiti sair do controle.
Entrei no meu quarto e me joguei de costas na cama, fitando o teto. Olhei para frente e encarei a parede que sustentava um gigantesco mural de chapa galvanizada que eu usava para pendurar fotos. Numa foto centralizada eu via o rosto do canalha que acabava de me dar bolo. Lembrava bem da nossa ultima conversa "vamos fazer alguma coisa no carnaval" sugeri, e ele: "Eu vou acampar, mas na terça eu to aí". Eu disse que eu iria ligar mancando a hora para sairmos, ele ascentiu e eu conclui “se você me deixar esperando eu te mato!” e ele muito alto confiante respondeu “quando eu falo que vou fazer, eu faço”. Aquela expressão sorridente que estampava seu rosto na foto me irritava cada vez mais. Tive a leve impressão que ele sorria da mesma forma naquele momento, em ver que eu o procurava no celular. Me perguntei porque ainda mantia uma foto dele presa no mural junto com as tantas outras fotos. Por quê?
Levantei e caminhei até o mural, levantei a mão decidia a arrancar a foto dali, mas parei no mesmo instante...
Porque será que pessoas colecionam fotos?
Porque as pessoas gostam de lembrar de coisas passadas?
Porque eu não tinha ali uma foto de uma Eco Sport ou um Cross Foz que eu queria tanto? Porque na minha opinião teria que ser assim, colecionarmos imagens que queremos para o futuro. Passado é passado, já era, não volta mais. Agora futuro não, futuro é uma coisa que está por vir, uma coisa que será mutável conforme nossas atitudes presentes. Eu não posso mudar o passado, mas o que eu fazer hoje, no presente, posso alterar o meu futuro.
Continuei olhando a foto... pessoas não deveriam guardar fotos, não deveriam recordar lembranças... De que adianta se pregar no passado sendo que o que importa a nós é planejar o futuro?
Observei a foto mais uma vez... Aquele rapaz tinha uma cara de malandrão... aprontador... tão safado que chegava até ser bonitinha a expressão no seu rosto. Tirei a foto do mural e analisei entre meus dedos, lembrei com exatidão o dia em que tirei aquela foto. Foi num domingo à tarde, numa festa. Ele estava lindo com uma camiseta lilás bem colada deixando a mostra todos aqueles músculos salientes e bem naturais. O cabelo modelado com gel de forma largada, do jeito que eu adoro, uma calça jeans marcando bem o contorno das coxas... espetacularmente perfeito. Ele sorriu quando tirei a foto. Depois dançamos uma música juntos... eu conseguia lembrar do perfume que ele usava... a maneira que ele falava, como sorria... em um segundo rápido ele tocara minha mão, talvez nem tenha sentido, mas eu vibrei quando ele roçou a sua mão na minha... Então como um lampejo de luz eu voltei ao meu quarto, me peguei sonhando com a foto dele nas mãos, e descobri porque se guardam fotos...
Porque elas nos fazem voltar no tempo, e na maioria das vezes trazem uma sensação boa ao coração...